sexta-feira, 9 de setembro de 2011

INTRODUÇÃO

Era uma vez uma menina nos seus doze anos de idade, cheia de sonhos, ainda brincando de bonecas e de faroeste com meninos na rua. Era inocente e endiabrada, pura e estudiosa, um exêmplo, uma criança como outra qualquer.
Eis que essa menina conhece um rapaz, menino ainda, nos seus quinze anos de idade, mas para ela, um verdadeiro príncipe encantado.
Lá pelos anos 70, o rock, a revolução sexual, a mulher soltando as amarras do seu velho cordão umbilical...E a menina, apaixonada, sem saber direito o que era isso.
Eis que se conhecem e ficam amigos, imaginem só, dois amigos de verdade, com encontros diários, jogos e conversas ao pé de ninguém. Pura amizade que teimava em virar amor no coração da pequena.
Que trapalhada hein! A menina tinha uma boneca e vivia para cima e para baixo exibindo os vestidinhos novos que sua mãe, pacientemente, fazia para ela. O engraçado é que o mesmo frio na barriga que sentia ao ver sua boneca com um vestido novo, também sentia ao ver o rosto de seu amado nas muitas vezes em que se encontravam.
Amor de infância? Não. Primeiro amor! Tão forte quanto o primeiro beijo, o primeiro filho, o primeiro sonho realizado... Ele era sua fantasia, seu ar, seu motivo, seu tudo!
Romeu era seu nome? Sim. O sonho de toda Julieta, apesar de não se chamar assim, ela se sentia a própria e rezava para que não precisasse morrer por ele, apesar de ter certeza de que o faria, se fosse o caso.
Romeu. O cara bonito, o cara seguro, bom filho, bom amigo, responsável, divertido, bom de papo, bom de tudo. O Romeu da Julieta com G. Dela. Seu.
Os anos se passaram e os dois seguiram rumos diferentes, ele para o norte , ela para o sul.
Quando novamente o destino brincou com os sonhos da garota. Destino malvado, o fez vizinho do fundo numa cidade estranha. Era tudo de bom, poder olhar pelo seu quintal e ver seu amor de menina chegando do trabalho, ouvindo música, tomando cerveja ou simplesmente abrindo sua janela. Que maravilha! A janela de seu quarto ali, ao alcance de seus olhos.
Ela agora com quinze e ele dezoito. Idade perigosa para uma menina, pior para um rapaz. As descobertas, a puberdade e a crescente vontade de fazer besteiras, típicas de uma adolescente.
Mas era tímida e esse defeitinho a fez recuar. Talvez tenha sido sua salvação ou perdição, sei lá. O fato é que olhares existiram, conversas e muitas dicas, de um lado e de outro. Ela por estar apaixonada desde sempre. Ele, talvez, pelo instinto de macho, de sempre ter que seduzir, se insinuar. Ela nunca teve esperanças, sabia que seu sentimento era platônico e vivia assim...Sem reclamações. Seu amor bastava.
Um dia percebeu que ele era cobiçado por uma garota e quase teve uma síncope! Chegou junto! deu bronca na gata, um verdadeiro chega prá lá...Coisa de louca mesmo! Idiota! Se tivesse a mesma coragem que teve para demarcar território, para se declarar, talvez essa história fosse outra...
Olhares, conversas, mãos dadas, discos e músicas na lembrança...Só lembranças!
Os dois se separaram novamente, cada um numa direção, rumos diferentes com pessoas diferentes.
A menina namorou outras pessoas, casou, teve filhos, experiências, desgostos, felicidades...Viveu!
Sem nunca esquecer do garoto. Sempre seu rosto na lembrança e muito amor no coração.
Amor verdadeiro? Não sei. Talvez fruto da não vivência, amor de fantasia, amor de fumaça...
Mas rendeu uma história!
E hoje resta a inspiração e muitas cartas. As cartas que ela gostaria de ter escrito, coisas que gostaria de dizer, palavras soltas ao vento, cravadas num papel que não existe...Cartas virtuais.

Minhas cartas para o Romeu!

Da menina G.

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